Por 4x1 STF condena Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão.

Por 4x1 STF condena Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão.

Em uma decisão histórica nesta quinta-feira (11 de setembro de 2025), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão, em regime inicialmente fechado, pelos crimes relacionados à tentativa de golpe de Estado ocorrida após as eleições de 2022.

Crimes apontados

Bolsonaro foi considerado culpado, junto com outros sete réus, pelos seguintes crimes:

  • Organização criminosa armada;

  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;

  • Golpe de Estado;

  • Dano qualificado por violência e grave ameaça;

  • Deterioração de patrimônio tombado;

  • Detalhes da pena

    A pena aplicada contra Bolsonaro inclui:

    • 24 anos e 9 meses em regime fechado (reclusão);

    • 2 anos e 6 meses de detenção;

    • Multa correspondente a 124 dias-multa, com o valor do dia-multa fixado em dois salários mínimos, o que totaliza cerca de R$ 376,4 mil.

    Além de Bolsonaro, os outros réus também foram condenados. Alguns exemplos: Walter Braga Netto (26 anos), Almir Garnier (24 anos), Anderson Torres (24 anos), Augusto Heleno (21 anos), Paulo Sérgio Nogueira (19 anos), Alexandre Ramagem (~16 anos), e Mauro Cid teve pena menor em razão de colaboração premiada.

    Consequências práticas e possibilidade de recursos

    • Bolsonaro não será preso imediatamente. A decisão ainda poderá sofrer recursos, e prisões só podem ser executadas após esgotados os meios legais de defesa.

    • Ele cumpre atualmente prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica em outro processo.

    • Com relação à elegibilidade eleitoral, a condenação prolonga sua inelegibilidade pela aplicação da Lei da Ficha Limpa, uma vez que a pena excede oito anos.

    Importância histórica e repercussões

    A condenação marca uma ocasião sem precedentes no Brasil: pela primeira vez, um ex-presidente eleito é condenado por crimes que visam atacar a própria estrutura democrática do país, com penas pesadas relacionadas ao golpe, danificação de patrimônio público e ataques às instituições.

    Internacionalmente, o caso tem atraído atenção, com veículos estrangeiros destacando o impacto para a democracia brasileira. Dentro do país, a decisão aprofunda debates acalorados sobre justiça, políticos, polarização e futuro institucional.

    Declarações da defesa

    A defesa de Bolsonaro manifestou “profunda discordância e indignação” com a sentença, classificando as penas como “absurdamente excessivas e desproporcionais”. Os advogados negam sua participação no evento de 8 de janeiro de 2023 e pretendem recorrer, inclusive em instâncias internacionais.